A bicampeã Mundial Bia Ferreira disputará título mundial antes das olimpíadas 2024

Este ano nossa atleta baiana Bia Ferreira terá dois grandes desafios em sua carreira. Bia pode se tornar a primeira pugilista da história a conquistar o título mundial no boxe profissional e ganhar a medalha olímpica no mesmo ano. Bia Ferreira está atrás desse feito.

O primeiro desafio já tem data para acontecer. Ela vai enfrentar a argentina Yanina Del Carmen Lescano no dia 27 de abril, no Centro de Exposições de Liverpool, na Inglaterra. Já o segundo desafio acontecerá daqui a 3 meses, quando Bia entrará nos ringues de Paris, pelos Jogos Olímpicos, onde irá em busca do inédito ouro. A pugilista baiana de 31 anos conquistou a prata em 2021, em Tóquio, mas espera subir mais um degrau no pódio e fazer história.

Bia x Lescano

A baiana vai disputar o cinturão da categoria 135 lbs (61,235kg) da Federação Internacional de Boxe (IBF). O título ficou vago depois que a irlandesa Katie Taylor, então campeã, mudou de categoria. Assim, Bia Ferreira tentou desafiar a inglesa Caroline Dubois, líder do ranking da categoria, pelo título. Como já tinha uma luta marcada, a atleta recusou a disputa, assim como sua compatriota Rhiannon Dixon que preferiu disputar o título da Organização Mundial de Boxe (WBO) diante de Karen Carbajal, em luta que acontece no próximo dia 13 em Manchester.

A próxima na fila foi a sérvia Jelena Janicijevic, que já enfrentou Bia Ferreira quatro vezes no boxe olímpico. O período de negociação de 30 dias para a luta pelo título exigida pela IBF terminou com a atleta do leste europeu removida da disputa por razões não reveladas.

A adversária escolhida para enfrentar Bia Ferreira no dia 27 de abril, será a argentina Yanina Del Carmen Lescano, que tem um cartel de 17 lutas e 14 vitórias, sendo quatro por nocaute, foi então convocado para entrar em negociações para a lutar e imediatamente abraçou a oportunidade.

Depois de enfrentar Lescano e, quem sabe, conquistar o título mundial da IBF, Bia Ferreira vai se dedicar à preparação para a Olimpíada, que começa no dia 26 de julho.

Resumo profissional

A estreia de Bia Ferreira no boxe profissional foi em novembro de 2022. Em sua luta de estreia no profissional, contra a brasileira Taynna Cardoso, ela ganhou por pontos, mas derrubou a adversária duas vezes. Uma no primeiro round e outra no terceiro. Contra a americana Carisse Brown, o castigo foi grande logo no primeiro assalto e a rival só não caiu porque as cordas seguraram, mas o árbitro abriu contagem. No segundo round, não teve jeito. Bia a derrubou mais uma vez. A luta continuou e a surra também. Quando Brown cambaleou de novo, a luta foi encerrada por nocaute técnico. Na terceira luta, Bia precisou lutar oito rounds. Foi a luta mais longa que fez. A brasileira venceu por pontos a mexicana Karla Zamora, única que ficou de pé até o final, mas que terminou a luta toda ensanguentada.

No último combate, entretanto, diante de Destiny Jones, dos Estados Unidos, Bia sangrou pela primeira vez, mas quem pagou o pato foi a adversária. “Foi o meu primeiro corte, mas não me desesperou. Acho que me deu mais adrenalina. Só que eu escutava o barulho do sangue batendo no ringue”, conta a boxeadora, que revela qual foi seu raciocínio: “Machuquei, cortei… Então, estou perdendo? Pera aí que vou te matar. E aí você vai com mais raiva. Aí eu consegui dar o nocaute nela no sétimo round. Foi uma mão que eu vinha treinando e que na hora eu consegui aplicar. Não foi muito pensado, mas eu vi a possibilidade e deu super certo”, comemora.

Em resumo, Bia fez quatro lutas profissionais, venceu todas, duas delas por nocaute. O combate contra Lescano será o único que a brasileira vai fazer antes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.Até agora, Bia Ferreira, que está conciliando a carreira profissional com a olímpica desde 2022.

Foco também em Paris 2024

Agora, Bia Ferreira está pronta para o seu primeiro cinturão. A conquista dele, porém, não vai deixá-la completamente satisfeita. O sonho só estará completo com a “mãe de todas”, a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. “São objetivos diferentes. Eu quero muito o cinturão, claro. Eu quero colecionar cintos, mas a mãe de todas é muito especial para mim porque me relembra toda a trajetória. A Bia de 2016, que veio aqui fazer só um teste, uma base e se apaixonou e quis ser uma atleta de alto rendimento. E deu certo! Eu sou muito feliz e sou muito grata ao esporte. Eu cheguei aqui uma moleca e hoje eu sou uma mulher. É um ato de gratidão, que eu quero conseguir e compartilhar com todos que me ajudaram a me tornar a mulher que eu sou hoje e ser tão apaixonada pelo esporte de alto rendimento, pelo boxe e por tudo isso que eu vivi. Então, acho que a mãe de todas é a favorita”

Fonte: CBB

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