Este ano nossa atleta baiana Bia Ferreira terá dois grandes desafios em sua carreira. Bia pode se tornar a primeira pugilista da história a conquistar o título mundial no boxe profissional e ganhar a medalha olímpica no mesmo ano. Bia Ferreira está atrás desse feito.
O primeiro desafio já tem data para acontecer. Ela vai
enfrentar a argentina Yanina Del Carmen Lescano no dia 27 de abril, no Centro
de Exposições de Liverpool, na Inglaterra. Já o segundo desafio acontecerá
daqui a 3 meses, quando Bia entrará nos ringues de Paris, pelos Jogos
Olímpicos, onde irá em busca do inédito ouro. A pugilista baiana de 31 anos
conquistou a prata em 2021, em Tóquio, mas espera subir mais um degrau no pódio
e fazer história.
Bia x Lescano
A baiana vai disputar o cinturão da categoria 135 lbs
(61,235kg) da Federação Internacional de Boxe (IBF). O título ficou vago depois
que a irlandesa Katie Taylor, então campeã, mudou de categoria. Assim, Bia
Ferreira tentou desafiar a inglesa Caroline Dubois, líder do ranking da
categoria, pelo título. Como já tinha uma luta marcada, a atleta recusou a
disputa, assim como sua compatriota Rhiannon Dixon que preferiu disputar o
título da Organização Mundial de Boxe (WBO) diante de Karen Carbajal, em luta
que acontece no próximo dia 13 em Manchester.
A próxima na fila foi a sérvia Jelena Janicijevic, que já
enfrentou Bia Ferreira quatro vezes no boxe olímpico. O período de negociação
de 30 dias para a luta pelo título exigida pela IBF terminou com a atleta do
leste europeu removida da disputa por razões não reveladas.
A adversária escolhida para enfrentar Bia Ferreira no dia 27
de abril, será a argentina Yanina Del Carmen Lescano, que tem um cartel de 17
lutas e 14 vitórias, sendo quatro por nocaute, foi então convocado para entrar
em negociações para a lutar e imediatamente abraçou a oportunidade.
Depois de enfrentar Lescano e, quem sabe, conquistar o
título mundial da IBF, Bia Ferreira vai se dedicar à preparação para a
Olimpíada, que começa no dia 26 de julho.
Resumo profissional
A estreia de Bia Ferreira no boxe profissional foi em
novembro de 2022. Em sua luta de estreia no profissional, contra a brasileira
Taynna Cardoso, ela ganhou por pontos, mas derrubou a adversária duas vezes.
Uma no primeiro round e outra no terceiro. Contra a americana Carisse Brown, o
castigo foi grande logo no primeiro assalto e a rival só não caiu porque as
cordas seguraram, mas o árbitro abriu contagem. No segundo round, não teve
jeito. Bia a derrubou mais uma vez. A luta continuou e a surra também. Quando
Brown cambaleou de novo, a luta foi encerrada por nocaute técnico. Na terceira
luta, Bia precisou lutar oito rounds. Foi a luta mais longa que fez. A
brasileira venceu por pontos a mexicana Karla Zamora, única que ficou de pé até
o final, mas que terminou a luta toda ensanguentada.
No último combate, entretanto, diante de Destiny Jones, dos
Estados Unidos, Bia sangrou pela primeira vez, mas quem pagou o pato foi a
adversária. “Foi o meu primeiro corte, mas não me desesperou. Acho que me deu
mais adrenalina. Só que eu escutava o barulho do sangue batendo no ringue”,
conta a boxeadora, que revela qual foi seu raciocínio: “Machuquei, cortei…
Então, estou perdendo? Pera aí que vou te matar. E aí você vai com mais raiva.
Aí eu consegui dar o nocaute nela no sétimo round. Foi uma mão que eu vinha
treinando e que na hora eu consegui aplicar. Não foi muito pensado, mas eu vi a
possibilidade e deu super certo”, comemora.
Em resumo, Bia fez quatro lutas profissionais, venceu todas,
duas delas por nocaute. O combate contra Lescano será o único que a brasileira
vai fazer antes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.Até agora, Bia Ferreira, que
está conciliando a carreira profissional com a olímpica desde 2022.
Foco também em Paris 2024
Agora, Bia Ferreira está pronta para o seu primeiro
cinturão. A conquista dele, porém, não vai deixá-la completamente satisfeita. O
sonho só estará completo com a “mãe de todas”, a medalha de ouro nos Jogos
Olímpicos de Paris-2024. “São objetivos diferentes. Eu quero muito o cinturão,
claro. Eu quero colecionar cintos, mas a mãe de todas é muito especial para mim
porque me relembra toda a trajetória. A Bia de 2016, que veio aqui fazer só um
teste, uma base e se apaixonou e quis ser uma atleta de alto rendimento. E deu
certo! Eu sou muito feliz e sou muito grata ao esporte. Eu cheguei aqui uma
moleca e hoje eu sou uma mulher. É um ato de gratidão, que eu quero conseguir e
compartilhar com todos que me ajudaram a me tornar a mulher que eu sou hoje e
ser tão apaixonada pelo esporte de alto rendimento, pelo boxe e por tudo isso
que eu vivi. Então, acho que a mãe de todas é a favorita”
Fonte: CBB
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